Irresponsabilidade
administrativa.
Por Johncutrim
À beira da insolvência. Essa é a real situação em
que, a julgar pela entrevista coletiva concedida ontem pelos secretários da
Casa Civil, Marcelo Tavares, do Planejamento, Cíntia Lima, e da Fazenda,
Marcellus Alves, o governo Roseana Sarney deixou o Maranhão. Ao novo governo
caberá cortar gastos nas diversas secretarias, reter contratos astronômicos e
avaliar os valores dos convênios celebrados com prefeituras, associações e
entidades afins beneficiadas na longa intentona governamental.
Somente o déficit nas contas públicas ultrapassa 1
bilhão de reais, enquanto ainda não se tem idéia do valor precisos da soma das
dívidas interna e externa do Estado. Ao que se sabe, somente os empréstimos
sacados ao BNDES, conforme denúncias da bancada de oposição ao governo Roseana
na Assembléia, foram além dos R$ 6 bilhões de reais. A aplicação dessa
estratosférica quantia é também uma incógnita, já que o Portal da Transparência
jamais detalhou com exatidão a receita e a despesa do Estado.
O nível de irresponsabilidade que emerge dessas
constatações vai além do que se possa imaginar. O governo Roseana Sarney chegou
ao cúmulo de descontar valores de empréstimos consignados dos funcionários e
não repassar aos bancos credores, deixando o funcionalismo estadual em total
inadimplência e na condição de caloteiros com provável inserção no Serasa.
É difícil avaliar o que pode levar o governo a esse
tipo de comportamento, mesmo porque o tempo todo alardeou que o Maranhão tinha
as finanças saneadas e apontou como influência positiva de Roseana Sarney junto
ao Governo Federal e a credores internacionais o ter conseguido sucessivos
empréstimos de tão alto valor. Reter recursos de servidores e, ainda por cima,
deixar R$ 423 milhões de restos a pagar são atos da mais completa falta de
compromisso com os deveres de um governante.
E esse foi o mesmo governo que em pleno período
eleitoral tentou repassar recursos fundo a fundo para Prefeituras, sem
contratos, sem convênios, o que foi barrado na Justiça pela oposição. Foi
preciso que o próprio BNDES se negasse a fazer parte de tão inusitado e
pernicioso estratagema eleitoral.
São crimes que, inevitavelmente, precisam ser
denunciados e apurados pelo Ministério Público, porque engolfam todos os
princípios basilares da Administração. Não se pode brincar de governar, colocar
em risco o pagamento do funcionalismo, levar um Estado à inadimplência quando
se percebe que não vai vencer uma eleição.
Eis aí a que se prestaram as pessoas que até ontem
governaram o Maranhão: ao sacrifício de um povo e à intentona de fazer este
povo pagar por sua presença no poder, e por sua ausência também. É apenas isso:
o cúmulo da mais total irresponsabilidade de uma única administração. Que,
graças a Deus, se foi. (Editorial do JP)
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