Blogueiros
visitam comunidade quilombola em Alto Parnaíba.
Seu Raimundo |
O desejo de conhecer
melhor a história da comunidade quilombola na localidade Macacos, extremo sul
do município de Alto Parnaíba MA, fez com que os blogueiros Smith Rosa, Carlos
Biah e Raildson Rocha percorressem 140 km de estrada de chão, sendo a maioria
de areia, para ir ao encontro do patriarca Raimundo Ribeiro da Silva, 74 anos,
que afirma ser bisneto do escravo Tomás Ribeiro, que ali chegou por volta dos
anos 1860, já vindo do estado da Bahia, onde este mais tarde casou-se com Ana
Vitória da Cunha e deu origem ao povo daquela comunidade.
A viagem em companhia
dos amigos Homerino Segadilha Filho e Moisés Zú, este motorista e mecânico que
tem conhecimento de todo o percurso, ainda nos proporcionou um delicioso banho
nas corredeiras da Taboca e um almoço de galinha caipira na residência do
Senhor Dimas Maurício na localidade Castelo. No Distrito Curupá, ultima
localidade com energia elétrica, aproveitamos para tomar uma água gelada e
seguir viagem.
Chegamos ao nosso destino de surpresa, onde fomos
recepcionados pelo líder Raimundo. Depois dos cumprimentos e apresentação da
parte de nossa equipe, o patriarca que embora sem estudo algum, carrega um
grande conhecimento de vida e uma conversa agradável, com sua cordialidade e
presteza se colocou à disposição para responder às nossas indagações sem perder
o clima de brincadeira.
Durante o nosso bate-papo
com vários questionamentos sobre suas origens, seu Raimundo contou-nos sobre a
criação de uma associação para buscar melhorias para aquela localidade, falou
de um descendente de maior idade que mora no Estado do Tocantins e foi trazido para
esta assembleia da criação da entidade, da legalização das terras que hoje residem
e trabalham, da sua primeira viagem a Alto Parnaíba, isso quando tinha 11 anos
de idade, do abandono por parte dos nossos governantes, das enganações e
ingratidão que sofrem na localidade. Enfim, seu Raimundo é um velho conhecedor
das origens do seu povo e das ciladas da vida.
Embora a fundação
Palmares já reconheça aquele povo como descendentes de quilombola e os mesmos estejam
associados a uma entidade de classe, seu Raimundo diz que ainda continua à
espera de benefícios que poderiam ajudar a desenvolver a comunidade. Entre as
alegações do patriarca, teve destaque a falta de energia elétrica que está a
menos de 20 km, estrada e escola, fatores tão importantes para uma vida digna.
Enquanto tais
benefícios não chegam àquela localidade, seu Raimundo que é pai de 11 filhos, continua
morando em companhia de duas filhas deficientes e sem a companhia de sua esposa
que foi obrigada a mudar-se para a cidade, a fim de fazer companhia a um filho
que precisa estudar.
Desta forma e com seu
espírito de luta e trabalho, seu Raimundo continua sua labuta diária.
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