sábado, 10 de janeiro de 2015

Irresponsabilidade administrativa.



Irresponsabilidade administrativa.

 Por Johncutrim
 
À beira da insolvência. Essa é a real situação em que, a julgar pela entrevista coletiva concedida ontem pelos secretários da Casa Civil, Marcelo Tavares, do Planejamento, Cíntia Lima, e da Fazenda, Marcellus Alves, o governo Roseana Sarney deixou o Maranhão. Ao novo governo caberá cortar gastos nas diversas secretarias, reter contratos astronômicos e avaliar os valores dos convênios celebrados com prefeituras, associações e entidades afins beneficiadas na longa intentona governamental.

Somente o déficit nas contas públicas ultrapassa 1 bilhão de reais, enquanto ainda não se tem idéia do valor precisos da soma das dívidas interna e externa do Estado. Ao que se sabe, somente os empréstimos sacados ao BNDES, conforme denúncias da bancada de oposição ao governo Roseana na Assembléia, foram além dos R$ 6 bilhões de reais. A aplicação dessa estratosférica quantia é também uma incógnita, já que o Portal da Transparência jamais detalhou com exatidão a receita e a despesa do Estado.

O nível de irresponsabilidade que emerge dessas constatações vai além do que se possa imaginar. O governo Roseana Sarney chegou ao cúmulo de descontar valores de empréstimos consignados dos funcionários e não repassar aos bancos credores, deixando o funcionalismo estadual em total inadimplência e na condição de caloteiros com provável inserção no Serasa.

É difícil avaliar o que pode levar o governo a esse tipo de comportamento, mesmo porque o tempo todo alardeou que o Maranhão tinha as finanças saneadas e apontou como influência positiva de Roseana Sarney junto ao Governo Federal e a credores internacionais o ter conseguido sucessivos empréstimos de tão alto valor. Reter recursos de servidores e, ainda por cima, deixar R$ 423 milhões de restos a pagar são atos da mais completa falta de compromisso com os deveres de um governante.

E esse foi o mesmo governo que em pleno período eleitoral tentou repassar recursos fundo a fundo para Prefeituras, sem contratos, sem convênios, o que foi barrado na Justiça pela oposição. Foi preciso que o próprio BNDES se negasse a fazer parte de tão inusitado e pernicioso estratagema eleitoral.

São crimes que, inevitavelmente, precisam ser denunciados e apurados pelo Ministério Público, porque engolfam todos os princípios basilares da Administração. Não se pode brincar de governar, colocar em risco o pagamento do funcionalismo, levar um Estado à inadimplência quando se percebe que não vai vencer uma eleição.

Eis aí a que se prestaram as pessoas que até ontem governaram o Maranhão: ao sacrifício de um povo e à intentona de fazer este povo pagar por sua presença no poder, e por sua ausência também. É apenas isso: o cúmulo da mais total irresponsabilidade de uma única administração. Que, graças a Deus, se foi. (Editorial do JP)

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